Como utilizar a Curva ABC ou Relação 80/20 para economizar em sua obra
Para economizar e reduzir custos em uma construção, a busca por instrumentos, tecnologias e soluções que ajudem na gestão e no controle de materiais é essencial – conheça a Curva ABC para redução de custos de obras.
Caso contrário, os desperdícios de produtos, a quebra de materiais e ineficiências no gerenciamento dos estoques podem gerar prejuízos financeiros, retrabalhos e horas de atividades perdidas. Para evitar isso, a curva ABC surge como uma das principais e mais benéficas ferramentas empregadas na gestão de estoques e orçamentos.
Graças a ela, você poderá montar um planejamento de investimentos e gastos mais efetivo e de modo simples.
Também conseguirá categorizar os itens de forma mais clara, valendo-se de uma hierarquização por prioridades, o que ajudará a evitar incoerências, extrapolações de preços previstos e outros empecilhos que dificultam a vida do gestor e o andamento de uma obra.
Quer saber como isso é possível? Então descubra mais sobre a curva ABC!
O que é curva ABC e quais seus conceitos principais?
A curva ABC, ou curva de Pareto, é baseada no conceito de que 20% dos produtos da empresa são responsáveis por 80% das receitas, enquanto que 80% dos produtos geram os demais 20% dos rendimentos.
Essa relação 80/20 pode ser usada em outros contextos, como no controle de gastos e na elaboração de orçamentos, embora não precise ser fixa (podem haver variações nesses números, ainda que a proporção entre os dois elementos costume ser próximo disso).
Por meio dela, é possível monitorar os insumos com o propósito de obter um controle mais preciso no investimento em materiais, além de perceber o nível de relevância de cada produto na construção.
Tendo como enfoque a identificação dos itens que geram maiores rendimentos ou, no caso de um orçamento, que exigem investimentos mais elevados, dá para se categorizar os materiais em três hierarquias ou grupos: A, B e C.
Os itens que são colocados no primeiro conjunto (A) são os mais relevantes para a construtora, aqueles responsáveis pela maior parte dos gastos e que exigem maior atenção, apesar de tal grupo seja constituído de poucos elementos.
Eles impactam significativamente no custo total de uma obra e se encarecerem, certamente acabarão por elevar o valor final do empreendimento. Por outro lado, se baratearem, há grandes chances de o preço da obra também diminuir.
Já os itens do conjunto intermediário (B) possuem relevância média, sendo mais numerosos que os do primeiro. Por fim, temos os produtos da categoria “C”, que costumam ser muito numerosos, porém tendo custos consideravelmente menores.
Como ocorre a categorização dos conjuntos da curva ABC?
Para a categorização, geralmente se constrói uma tabela com os preços unitários dos produtos e suas quantidades utilizadas, organizando-os de forma decrescente.
Após a divisão nesses três conjuntos, o gestor passa a entender melhor quais itens merecem mais atenção, cuidados no manuseio, acondicionamentos de qualidade e armazenamentos efetivos.
Vale destacar que essa metodologia pode ser utilizada também na avaliação dos serviços empregados nas obras, seja de modo isolado seja com a análise dos insumos.
Como a curva ABC pode ser uma ferramenta eficiente na sua construção?
A curva ABC entrega muitas vantagens que a tornam uma ferramenta eficiente em uma obra, podendo trazer muitos benefícios para você. Por exemplo, ela possibilita:
- hierarquizar insumos e custos de mão de obra mais adequadamente, de modo que os gestores possam direcionar maiores esforços para o controle, proteção e manuseio dos itens de maior valor e impacto no custo da obra;
- estabelecer prioridades de negociação, buscando obter descontos ou condições de pagamento favoráveis para os itens custosos. Por exemplo, em vez de focar no desconto de poucos pacotes de pregos, o que pode chegar a alguns reais, tentar negociar melhor a compra de pisos caros, economizando um valor bem maior;
- melhor divisão de responsabilidades. Dessa forma, você pode deixar que o gerente da obra se encarregue da aquisição dos materiais de maior valor e da contratação de serviços caros, para que ele busque negociar boas condições, em vez de direcioná-lo a compras de peças pequenas que pouco impactam no orçamento;
- otimizar a análise de impactos, pois sabendo quanto cada insumo e serviço pode gerar de custos, ele consegue dimensionar melhor as variações na obra caso ocorram aumentos de preços. Isso é importante para explicar a clientes por que a obra ficou mais cara, o que geralmente ocorre pela elevação de valor de itens do grupo “A”.
Todos os pontos acima ajudam a controlar e manter o orçamento de uma obra alinhado com o que foi planejado ou com vistas a atingir as menores variações possíveis de valor.
Como ela é utilizada na construção civil?
Como visto acima, a curva ABC pode ser usada partindo da listagem de todos os itens e serviços empregados em uma construção, sendo seguida pela categorização deles nos grupos “A”, “B” e “C”. Para facilitar a visão dos custos e impactos, recomenda-se converter os valores em percentuais com base nos gastos totais da obra. Também é comum empregar gráficos da curva ABC para facilitar a visualização das informações.
Após isso, é possível dividir as responsabilidades pela gestão de tais itens entre gerentes, supervisores e demais trabalhadores de uma obra, levando em consideração a importância desses conjuntos e o nível hierárquico de cada profissional.
Vale destacar que para essa metodologia ser colocada em prática, é preciso primeiro realizar um levantamento completo dos itens que serão necessários para a construção de uma obra.
A curva ABC ajuda no gerenciamento e controle eficiente do orçamento de uma obra, pois permite que o gestor tenha um panorama amplo sobre importância, grau de impacto, necessidade e outras nuances dos produtos e serviços usados. Assim, você poderá direcionar maiores cuidados e esforços para aqueles itens que podem impactar a construção tanto positivamente quanto negativamente.
Você também terá como evitar desperdícios, caso descubra que um dos itens de classe “A” esteja sendo mal administrado, podendo até trazer economias na obra. Inclusive deixará de se preocupar tanto com itens irrelevantes, ajustando melhor os pontos que realmente precisam da sua atenção e enfoque.
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